terça-feira, 3 de maio de 2011

Salto Alto

Obs.:Trecho do meu trabalho de conclusão do curso de extensão em consciência corporal.
Obs.2: Preciso explicar a vocês quem é Robert Mapplethorpe e o quanto ele tem a ver com a minha arte e com esse trabalho de conclusão do curso de extensão em consciência corporal.


Os saltos altos têm muitos séculos de história, muito antes de ser um objeto da moda feminina, ele era usado pela nobreza para mostrar sua superioridade no Egito. No teatro grego, Ésquilo usava de saltos altos nos seus atores e, dependendo do tamanho do salto, mostrava a posição social da personagem que o ator encenava, quanto maior, melhor classe social.
fotografia de robert mapplethorpe, "lisa lyon (legs)", 1981
Na Europa, o Rei Luís XIV, foi o pioneiro no uso de saltos altos, mas foi Luís XV que popularizou o uso de salto pelos nobres. Inclusive, existe um salto chamado Luís XV em sua homenagem.
Após isso, no século XIX, o salto alto chegou aos Estados Unidos, importado diretamente dos bordéis de Paris. O sucesso dos saltos altos era tão grande que os clientes preferiam as prostitutas que usavam saltos. Algumas prostitutas entalhavam em seus saltos marcas de identificação, para que seus clientes enxergassem suas pegadas e as seguisse. Até o século XX os saltos altos eram usados apenas por prostitutas, e mesmo depois de se popularizar para uso de mulheres de todos os tipos ainda existia um certo preconceito com eles. Só próximo à década de 30 os saltos altos passaram a ser vistos com menos preconceito.
Hoje em dia, o uso dos saltos altos é costumeiro, muitas mulheres usam no dia a dia, principalmente para conseguir uma boa aparência no trabalho, para ficar mais bonita para seu parceiro e muitas vezes por costume passado entre as gerações. As grifes de sapatos são tão famosas e adoradas quanto as grifes de roupas, muitas mulheres sonham em ter um “Prada” entre os seus sapatos.
Também hoje em dia, encontram-se muitas teses na área de saúde falando mal ou bem de saltos altos, a mídia leva para dentro de nossas casas padrões de beleza onde a mulher está sempre bem maquiada, bem vestida e bem calçada. Mas a “geração saúde” critica o uso excessivo de muitas coisas que mulheres utilizam na rotina. O salto alto já foi condenado por dar problemas de coluna, encurtar a panturrilha. Muitas mulheres não conseguem andar sem saltos, dizem não sofrer com as dores que esses causam. Outras até sofrem mas mesmo assim continuam a usar.
Em alguns sites americanos, encontram-se cirurgias milagrosas onde você pode diminuir sua dor nos pés com implantes de “pillows for feet” (almofadas para os pés em inglês), que ajudam a diminuir a dor nos pés. Outra cirurgia milagrosa é a conhecida como “toe tuck” (encolhimento do dedo do pé em inglês), que facilita o uso de sapatos para mulheres com pés muito largos, cerra-se os ossos dos dedos dos pés, se for o dedo mindinho, cerra-se o osso do dedo por completo.
Entre essas cirurgias, palmilhas e outras formas de manter os pés sem dor, existem o imaginário popular masculino, a mídia e a famosa etiqueta que exige o uso de saltos por mulheres. Claro que, diferentemente das chinesas que viveram até o século passado, não obrigam mulheres a usar saltos com a ameaça de não casarem, mas a mídia mostra a todo momento como mulheres ficam mais atraentes ao usar sapatos de salto alto. Muitas mulheres se acham na obrigação de usá-los para trabalhar, para parecer elegante, causar boa impressão. O sapato de salto alto é hoje em dia uma obrigação feminina para com a sociedade.

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