sábado, 30 de abril de 2011

Sábado, dia de relax!

Hoje não tem post grande, afinal vou jogar RPG!
Sinto saudades da época em que eu jogava RPG e card game do L5R direto, na faculdade. Voltando mais no tempo, tenho saudade de quando fazia cursinho, jogava magic nos intervalos e no fim das aulas!
Momento de saudades dos amigos daquela época, dos bons e dos ruins, até das pessoas que não quero mais por perto, naquela época tinha poucas preocupações, pouco estresse e era muito mais alegre e leve!
E esse A-ha aqui como música de fundo da minha escrita me deixa mais saudosa!
Hoje é o dia da saudade: dia de matar saudade de uma amiga que tá morando longe, dia da matar saudade de jogar RPG, dia de sentir saudade de outra amiga que tá morando longe e que jogava RPG comigo há muitos anos atrás e de sentir saudade do meu namorado (bem, todo dia é dia de sentir saudade do João)!

E pro "não-post" de hoje, deixo uma música do A-ha que eu adoro!

A-Ha - Manhattan Skyline

A mulher e a sociedade

Trecho do meu trabalho de conclusão do curso de extensão em consciência corporal.

Lydia Cheng, 1985
© Robert Mapplethorpe
No mundo de hoje, as pessoas vêem seu próprio corpo como um pertence nosso, que se nos deixa insatisfeitos, podemos consertar, não notamos que esse corpo é parte de nós, sente nossos estresses e a forma que lidamos com ele. Acabamos vendo o nosso corpo como um objeto, um utilitário como uma roupa ou um carro, só que não notamos que se nosso corpo estragar não podemos trocar por outro mais novo. Apesar de todas as cirurgias plásticas ou por outros motivos, ainda não conseguimos trocar de corpo, devemos cuidar para que este não se “estrague”. Outro problema que o nosso corpo sofre é a não utilização dele, tudo que vem do corpo é considerado ruim. Muitas religiões acreditam que sentimentos corpóreos são ruins, pecaminosos e errados, os intelectuais, em sua grande maioria, esquecem do corpo, por considerá-lo desnecessário e inclusive fonte de sentimentos, que os sentimentos são prejudiciais ao raciocínio.
Esses problemas em relação à visão corporal só pioram quando se fala especialmente de mulheres. Muitas mulheres, por causa de sua criação, lidam com seu corpo como objeto masculino, ou seja, até seu casamento ou até começar a namorar, seu corpo pertence ao seu pai, após o casamento ou um início de namoro mais sério, o dono de seu corpo vira seu companheiro amoroso. Se o corpo não nos pertence, então devemos agradar o dono desse corpo. Esse é o pensamento das mulheres chinesas que enfaixavam os pés de suas filhas e das mulheres chinesas que aceitavam ter seus pés enfaixados. Aceitando a dor e o sofrimento ao andar, só para se sentir atraente ao seu parceiro. Muitas mulheres contemporâneas se encaixam nesse perfil também. Fazendo o que agrada seu marido ou namorado.
Outra visão corporal problemática da mulher é quando ela acredita que seu corpo é apenas um utilitário para conseguir o que se deseja, como um namorado, ou até se encaixar num padrão de beleza esperada e moldada pela mídia. O problema é que muitas mulheres quando não se sentem encaixadas nesse padrão de beleza modificam o corpo sem se preocupar com ele. Cirurgias plásticas, roupas, e sapatos que fazem mal ou machucam e dietas malucas são exemplos dessa visão utilitária do corpo feminino. Essa mulher sofre com dores nos pés, mas se acostuma com essas dores, anestesiando seus pés com o costume do uso de sapatos de salto alto. Se não aguenta, faz cirurgias para aliviar as dores. O ideal não seria deixar de usar sapatos que nos machuque os pés?
A sociedade, através da mídia e do que apreendemos dentro da nossa família, nos impõe essa visão corporal feminina e a considera normal. Quando conhecemos mulheres que se diferenciam desse costume são estranhas, masculinizadas, desleixadas ou até mesmo “hippies”.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Dalva, uma mulher sem vida

Eu não assisti a novela O Clone quando ela passou pela primeira vez, na época, dormia muito cedo por causa dos estudos. Agora, tenho assistido alguns episódios da novela, quando vi a blogagem coletiva do Blogueiras Feministas, pensei em falar sobre a Dalva (interpretada por Neuza Borges), a governanta de Leonidas Ferraz, do núcleo rico e brasileiro da novela.
Dalva criou Diogo e Lucas, na primeira fase da novela, cuidando de suas roupas, seu relacionamento com o pai, sem contar que também cuida de tudo relacionado a casa da família Ferraz. Na segunda fase da novela, ela cuida de Mel, filha de Lucas. Seus cuidados com as crianças da família nos leva a uma época bem antiga, antes da abolição da escravatura, onde as crianças tinham amas de leite e eram cuidadas por negras, que eram escravas de casa. Quando a escravidão foi abolida, muitas mulheres negras, sem oportunidade de outros empregos, continuaram a trabalhar com trabalho doméstico, cuidando de casa, crianças, lavando roupas pra fora. Isso explica porque tantas trabalhadoras domésticas são negras ou descendentes de negros.
Mas eu quero falar sobre outra coisa, sobre algo muito normal nas novelas da Globo, a sensação de que a trabalhadora doméstica só existe para servir seus patrões. As domésticas das novelas, normalmente só aparecem dentro da casa onde trabalha, cuidando da família pra quem trabalha, sem vida social, relacionamentos amorosos, quando há relacionamentos amorosos, são mostrados de forma jocosa, para ser motivo de risos.
Dalva não sai daquela casa, não tem irmãos, amigos, conhecidos ou até mesmo relacionamentos amrosos. Sua grande preocupação, já que não tem um drama pessoal, são os problemas de seus patrões: O casamento fracassado de Lucas, por exemplo. Sem vida pessoal, Dalva é esquecida, ela é apenas um acessório na casa da família Ferraz. Isso não seria um espelho da nossa sociedade? Onde nós também esquecemos das trabalhadoras domésticas, seus dramas familiares, sua vida pessoal, sua família. Acreditamos que ela não precisa de nada mais, ignorando-as como seres humanos.
Não sabemos quem são essas mulheres que  convivem com nossos familiares, como é sua vida, se estudam, se desejam algo diferente em seu futuro. E não é só isso, as vezes vemos como essas trabalhadoras são tratadas de forma rude, grosseira, sem nenhuma educação. Se vemos essas mulheres como acessórios de nossas casas, não nos sentimos culpadas em tratá-las dessa forma.
Aí, depois de darmos toda essa volta, chegamos no primeiro assunto do post, resquícios da escravidão no nosso país. Será que as domésticas ainda são vistas como as escravas da Casa Grande? Por isso não as humanizamos?

Outros posts:

segunda-feira, 25 de abril de 2011

This is not an invitation to rape me - divulgação

Bem, no post de hoje, decidi fazer algo pequenino, uma divulgação sobre o site This is not an invitation to rape me e também a minha humilde opinião sobre esse projeto e a necessidade de algo do tipo aqui no Brasil.
Renata Oliveira Lima postou no Blogueiras Feministas um texto sobre esse site e me senti muito interessada em falar sobre isso, nem que seja reforçar que nenhuma mulher, mesmo bêbada, mesmo desistindo no meio das preliminares, mesmo andando nua pela rua e mesmo casando com você, é culpada por um estupro.
Vejo aqui no Brasil, muitas mulheres com medo de denunciar estupro porque acredita que criou a oportunidade, porque andou numa rua deserta, porque bebeu demais, porque foi para a casa de um cara e depois desistiu de transar. Não é justo a vítima se sentir culpada de uma violência tão injusta como essa.
Leiam e divulguem esse site, quem sabe assim essas injustiças diminuam!
Esse blog possui uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Unported License. Você pode copiar e redistribuir os textos na rede. Mas peço que o meu nome e o link do post original sejam informados claramente.
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