sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Transexuais e banheiros públicos

Nunca entendi porque existem bonequinhos nas portas dos banheiros, tudo sempre me irritou, as cores, o vestido pra sinalizar o feminino. Qual o motivo dessa insistência com banheiros pra mulheres e pra homens? Porque não um banheiro onde exista apenas uma porta, dentro um vaso sanitário e do lado de fora, espelho e pia?
A notícia de hoje no site da folha me fez lembrar desse meu incomodo com banheiros públicos. Sabe, assumo que meu conhecimento sobre transexuais é muito pequeno, queria conhecer mais trans, travestis e crossdresssers. Conheço um transexual pela internet e tenho uma amiga transexual, que conheço muito antes de se assumir, mas nossa proximidade é pequena graças a distância entre nossas cidades (ela mora em Sampa e eu em Juiz de fora). Também posso dizer que tenho um carinho e uma admiração enorme pelo Laerte, e que o conheci pessoalmente no rio comicon de 2010, fiquei tietando até não poder mais e falei o quanto fui inspirada por seus quadrinhos a ser o que eu sou hoje.
Acho que quando Laerte se assumiu crossdresser tive mais carinho e admiração pelo seu trabalho. Nessa sexta-feira me senti feliz em dizer “tá vendo aqui: orgulho de ser da mesma classe profissional que Laerte Coutinho!”
Uma vez eu sonhei que estava no corpo de uma outra pessoa. Eu, durante o sono, sabia que aquele não era meu corpo, mas não conseguia explicar isso as ouras pessoas a minha volta. Quando acordei, sentia uma angústia tão grande, tanto medo, só com um tempo de respiração, um copo de água e um calmante pra eu conseguir voltar ao normal. Imagino que a angústia que senti por um curto momento de minha vida é o que transexuais sentem enquanto não conseguem mudar de sexo. Uma sensação de se olhar no espelho e não se reconhecer, não saber quem você é, se sentir como se não se encaixasse na sua própria vida. Ser sensível talvez me faça entender realidades diferentes da minha, talvez seja só um pouco de sensatez pra entender que ningéem gostaria de viver nessa situação.
Mas, quando finalmente estão conseguindo se adaptar a sua identidade, fazendo o corpo se encaixar nos seus sentimentos, vem alguém que te dá um banho de água fria! É assim que acredito que se sente um@ transexual, travesti ou crossdresser que sofre alguma discriminação, seja a proibição do uso de um banheiro ou até mesmo o uso de um nome que não condiz com a sua identidade de gênero. Vejo muit@s afirmarem que é um abuso uma trans, travesti ou uma crossdresser no banheiro feminino. Não consigo enxergar esse abuso, enxergo o abuso no momento em que forçamos uma mulher a usar um banheiro masculino, se fosse elas, me sentiria constrangida. E o contrário também acontece, trans e travestis do sexo masculino, imagine só o constrangimento de usar um banheiro feminino se você é um homem. As vezes tento explicar a pessoas como deve ser torturante essa sensação de que não estão no lugar certo, como se não tivessem os mesmos direitos que outr@s, sofrendo com momentos incômodos onde são tratados com um preconceito desnecessário.
Hoje, ao falar do caso que Laerte foi protagonista, li que esse direito poderia ser usado como desculpa por homens heterossexuais pra entrar em banheiros e abusar de mulheres. Será que realmente isso é motivo pra tirar direitos de mulheres que já sofrem tanta discriminação (desnecessária)? Eu não acredito que um banheiro feminino seja respeitado por ser um local divino, onde homens não conseguem entrar por um poder de respeito e que um homem não entraria lá para abusar de mulheres. Acho que isso é uma desculpa pra manter tudo do jeito que está.
Eu comparo o sentimento de um@ transexual ao ser impedid@ de entrar em um banheiro como eu me sinto quando entro em um estabelecimento e sou tratada com racismo. Passei uma tarde inteira pensando no que escrever, como falar sobre o uso de banheiros por trans e travestis, conversei com meu querido amigo Marcelo e pensei em tantas formas de falar sobre essa sensação, mas acho que a única coisa que posso dizer é que eu espero que a inciativa do Laerte seja um exemplo pra vári@s trans, travestis e crossdressers não aceitarem calad@s a discriminação. E que como Laerte deu visibilidade a um caso de preconceito, devemos olhar isso tudo e rever nossos preconceitos, rever se vale a pena magoar uma pessoa por um motivo que não muda em nada a nossa vida.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Caso BBB 12

Daniel e Monique Foto: Frederico Rozário/Folhapress
Depois de muito debate e muita divulgação de postagens relacionadas a esse caso, a poeira baixou um pouco após a entrada da polícia na história, a expulsão do Daniel e o depoimento da Monique a polícia, mas ainda existem pessoas que não entendem o motivo de nossas reivindicações e revoltas com o acontecido.
O que mais e revoltou nesse caso foi que Monique ficou no escuro, sem saber o acontecido durante um bom tempo. Negou-se por muito tempo o ocorrido, tirando qualquer vestígio do acontecido dos sites de vídeos. O diretor do BBB, o Boninho, além de negar o acontecido ainda acusou tod@s nós, que exigíamos que fosse averiguado o caso de possível estupro, de racistas.
Independente dela dizer que tudo foi consentido, devemos entender que o grande problema dessa história toda é ver como o Brasil ainda se mantém machista, uma mulher não tem direito de beber , não tem direito de dar uns amassos em seu ficante, casinho ou namorado e depois recuar. Se começou tem que terminar, mesmo que a força. Se bebe é vadia e tem que fazer sexo. E, pra piorar, se já teve muitos parceiros sexuais tem que aceitar qualquer um e se disser não, o cara se acha no direito de fazer a força. Esse foi o maior erro, julgar o caráter de uma mulher por coisas tão ínfimas como essas.
Quando lutamos por esse caso, não estamos desmerecendo nenhum outro caso de estupro, seja ele como for, só estamos colocando em pauta uma forma de violência sexual que acontece com muita frequência e ninguém dá a devida importância. Eu tive a sorte de não passar por nada desse tipo, seja ser abusada pelo meu companheiro durante o sono, ou ficar inconsciente (seja por causa de bebedeira ou qualquer outro motivo) e ser violada por pessoas em quem confiei e que deveriam me socorrer. Mas sei que esse episódio poderia acontecer comigo ou com qualquer mulher.
Temos o costume de acreditar que um estupro é um ato de perseguição de uma mulher indefesa em ruas escuras, com uma arma apontada para a cabeça. Mas a maioria dos estupros são cometidos por namorad@s, ficantes, pais, amig@s, padrastos e demais familiares. Quando lutamos para que ela soubesse do acontecido e pudesse falar se houve ou não estupro, era simplesmente para que ela se lembrasse de toda a cena em que estava acordada, soubesse o que houve (se houve) enquanto ela estava dormindo e assim pudesse denunciar o possível agressor. Não esperamos que haja diferenças de atendimento entre as vítimas de estupro, seja como for que esse aconteça e independente da vítima beber, ter uma vida sexual ativa e com vários parceiros, ser virgem, maior de idade, criança, religiosa, ateia, homem (não podemos esquecer que homens também sofrem violências desse tipo) ou mulher. E quando lutamos contra o machismo e o julgamento das pessoas em esse caso é para que tanto a Monique quanto qualquer outra pessoa que sofra com um estupro possa ter seus direitos preservados.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Revolta!

Gente, eu estou tentando me desfazer desse sentimento de raiva, de revolta, de tristeza, de impotência que sinto desde quando me contaram ontem pela manhã o que aconteceu.
A história é longa e começou muito antes da madrugada de domingo, na noite anterior, Daniel bolinou Mayara, que se queixou, a resposta de Daniel foi apenas um "foi mal".
Monique estava bêbada, desacordada, em sono pesado e passou por um abuso sexual. Ela não foi pra cama com ele, começou um amasso e caiu no sono no meio desse amasso. E mesmo que isso acontecesse, não seria direito dele continuar sem seu consentimento. Afinal, é do direito dela escolher até onde vai. É prova de caráter de um homem não fazer nada com uma mulher inconsciente.
Sabe o mais curioso? Ele e a Globo estão aproveitando de sua amnésia alcoólica e de seu sono pesado graças ao álcool para manipular a situação e abafar todo o acontecido. E o nosso "querido amigo" Bial ainda teve a coragem de falar, após uma colagem tosca com momentos onde ela se mexia para parecer que foi tudo um amasso, que o "amor é lindo". Como não sentir nojo desse acontecimento?
Sabe, eu bebo, em muitos momentos eu bebo muito! E, sim, eu sei que há possibilidade de um sono ser tão pesado a ponto de não acordarmos com o teto caindo na nossa cabeça. Eu sei bem o que é isso e tenho a sorte de nunca ter ficado assim em algum lugar onde eu estaria vulnerável. Mas quantas mulheres fora da casa do BBB não passam por isso todos os dias? Sabe, esse assunto é muito maior do que a Globo estar abafando um caso de estupro dentro da casa. A reação do público me assusta.
Li absurdos sobre a menina, sobre a cor da pele do Daniel. Monique foi julgada como culpada por muitos da possível violência sofrida simplesmente por ter bebido e se insinuado. E existem pessoas que creditam a falta de caráter do possível agressor a sua cor de pele. Não se trata de só um problema dentro do BBB, é um reflexo da nossa sociedade, que adora falar que não é racista ou machista, mas que no momento de julgar pessoas ainda o faz e com muito preconceito.
Cansada e enojada com os comentários no Twitter, no Facebook e pela frase do Bial que encerrou o caso para a Globo, só posso dizer uma coisa: "Pára o mundo que eu quero descer!"
Será tão difícil de entender que nenhum homem tem o direito de fazer sexo com uma mulher sem consentimento e que, se a mulher está desacordada, ela não pode consentir nada? Só queria deixar minha revolta ao acontecimento, as atitudes da emissora, do Daniel e da nossa sociedade!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Jack Johnson

Hoje fuçando meu hd externo, achei a discografia do Jack Johnson. Fazia alguns meses que não ouvia, decidi pegar pra ouvir hoje o dia todo. A música dele me traz uma certa calma, tão parecida com a calma que o reggae me traz, e ao mesmo tempo me mantém nostálgica como o Rock faz comigo. Gosto da batida do seu primeiro cd, bem calmo, um exemplo disso é a música F-Stop Blues, quando são mais agitadas, ainda mantém um ritmo mais tranquilo, ideal para relaxar, namorar.

Seu segundo cd tem também essa tranquilidade, mas eu digo que é música típica de ir para a praia, ou para ouvir durante uma viagem olhando pela janela. Tem uma música mais deprê, que acho linda, Cocoon.

De resto, todas têm batidas alegres, destaco a música Cookie Jar. Esse cd já tem letras mais cabeça que o primeiro cd, isso é fato.

O terceiro cd já é mais popular, mais agitado, feito pra ser comercializado. Ele tem o grande Boom dele na MTV Sitting, Waiting, Wishing. Acho a letra e a melodia lindas!

Também tem uma música mega gostosa de ouvir chamada Banana Pancakes. Que eu adoro, me dá vontade de correr na chuva toda vez que ouço e depois tomar chocolate quente com panquecas doces!

O quarto cd é bem mais experimental, eu considero o melhor dele, sem dúvida alguma! A música título é muito boa, tem uma levada legal. O cd é como se fosse uma música só dividida em várias faixas. Dá pra sentir a continuidade o tempo todo.

O quinto cd dele eu conheço muito pouco, não tenho ainda, conheço a música de trabalho do cd, uma curiosidade que li sobre ele é que foi todo gravado em estúdios abastecidos por energia solar.

Ultimamente, Jack Johnson é um dos poucos músicos que vale a pena de se ouvir, não tenho gostado de muita música atual, acho que estou ficando chata. rsrsrs

De volta!

Então, já estava mais do que na hora de tirar as teias de aranha desse blog. O que acontece é que a autora anda tão sem ideia que não sabe nem como começar um post.
Ando revendo muitas coisas em minha vida, pesei seriamente em rever a existência desse blog, quase o deletei, mas o mantive por aqui, meio desengonçado, com assunto esparsos, blogagens coletivas e acho que agora também o utilizarei para escrever estudos próprios, de leituras acadêmicas. Penso em pelo um post semanal com assuntos relacionados aos meus trabalhos, mas preciso começar devagar, farei posts desse tipo de 15 em 15 dias, quando começar a entrar no clima, aumento pra posts semanais.
Sei que será uma obrigação minha com o blog e com a minha vida acadêmica. Por isso, farei o dever de casa direitinho, promessa.

Fora esses dias de trabalhos acadêmicos, tentarei fazer posts regulares para manter o fluxo do blog.
É isso meus amigos!
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